Monday, March 28, 2005

Seguindo

Prossegue a viagem no tempo, segundo a visão linear.
Inclui futuro, passado e presente.
Só não há promessa. Talvez uma sugestão sob a forma de um lapso de crescimento da consciencia.

Qual o tamanho disso?

Thursday, March 17, 2005

Música

Uma manifestação dos pensamentos que utiliza a inércia dos átomos que se identificam, se espelham e espalham ao se congregarem envolvendo-se no ar, nos líquidos, nos sólidos, nos corpos que a ressoam, que a fazem, que a ouvem, que a ecoam, que a pensam.

Enigma

As pessoas vivem como se fossem durar para sempre em seus meios e não valorizam sua essência responsável pelos meios que cria à sua volta.

Outros mundos

Corpo, um veículo para o fantasma. Tangível pelos fantasmas que viajam cedo ou tarde em meu barco.

Teria seu corpo mortal o prazer de poder dividir momentos com um pensamento sem corpo?
Se tens, priva-se dessa oportunidade?

A morte não seria apenas uma comprovação de que há vida?
O mortal pede pela prova que não quer ver, na esperança de dizer que não consegue ver.
Quão grande é sua frustração ao descobrir ser seu pior inimigo.

Amorfo 2

O barco tange a água.
Marés, ondas, correntezas, cachoeiras. Tudo água. Muda de aparência. Algumas navegáveis...
...como o pensamento.

Presença

Fantasmas; pensamentos sem corpos...

Abandonaram suas ferramenteas de existência (corpo, máscara, submáscaras), mas permanecem as necessidades de prazer e diversão.

Thursday, March 03, 2005

Escuridão viva

Sair da caverna, mesmo que seja por pouco tempo, e pelas redondezas é se expor. A escuridão da caverna é morta, apática.
Fora dela há luz e escuridão também, mas ambas com vida.

Tuesday, March 01, 2005

Futurível

Local de manifestação de um mundo que optou desfrutar uma madrugada a buscar significados num dicionário.

O Nome

Uma referência para se encontrar o corpo.

O corpo

Endereço do rosto e dos pensamentos, que temporariamente ali habitam, até desencarnarem e esperarem pela próxima habitação.

O rosto

Uma máscara de carne que se desgasta com o tempo e apodrece mais tarde, desfazendo-se, logo após ser abandonada.

Como é o medo?

O medo deve sempre ser feio?
O medo deve sempre ser temido?
O medo deve sempre ser enfrentado?
O medo não serve sempre pra nos fazer aprender alguma coisa a qual evitamos?
Então o medo é bom?
Se crescemos com ele então o que temos de forte maduro e belo se deve à ele?

Margem

Acima o ar, abaixo a água, ao meio o que os divide.
O barco corta a água, atravessa percursos nela, mas mesmo assim não a atravessa.
O começo de ambos é incerto e o final, a superfície da água tão visível, é totalmente variável.

Nomes, lugares, formas não importam.
Relacionar-se com suas existências importa.

Era uma vez...

alguém que conheceu a perfeição muito de perto.
Flertou-a.
Possuiu-a.
Desprezou-a.
Surtou.

Hoje está aqui na caverna. Contabiliza seu arrependimento, questiona suas conquistas e suas necessidades de metas.

A vida foi passada e não vivida.

Duração

Quanto dura um eco?
É o som que o produz.
Então quanto dura o som?
O som termina, então?
Onde?
Que som?
Então o tempo tem comprimento?
Meus cumprimentos à eternidade.

Acesso

Dentre todos os mundos, terá acesso à muitos.
Não se prenda aos outros, nem os despreze.
Até o gelo amorfo é estilhaçado para que mude.
Melhor não esperar ser estilhaçado.

Medo oculto

do seu vazio?
da sua carência?
do seus problemas?
das suas soluções?
dos seus amigos?
de você?

Do desconhecido então?

Ainda não sabe quem é,
ou se sabe, esconde (que esconde).

Medo do seu medo?
Desinteresse enrustido?

Sua ação sob a forma de ausência de ação é o que revela sua necessidade de ação.