Thursday, January 08, 2009

O mesmo

Mudança; um rótulo.
Mais uma máscara; pintada de outra cor; chamada de outra máscara; (re)vendida.

Um impulso, de fato.
Um impulso no vazio, que desprende uma energia, mas que não altera o ambiente à volta.
Aceito a nova cor que foi pintada na máscara. Gastou-se mesmo alguma energia.

Ah, mas a mudança é interior!
Então porque achar que é possível compartilhá-la?
Assuma seu egoísmo. Não nos importa sua existência.

...e assim segue a "sociedade".

Friday, August 03, 2007

Ruinas

Rui o império que conheces, que servias ou ainda serves por respeito, cautela, prudência, tradição, falta de perspectiva e ignorância.

O rei ainda ordena, mas já em desespero. Ouves atrevendo-te a agredir o símbolo do rosto real. Um rei que só tem imagem em gravura e cuja fala se assemelha à um latim difuso que ressoa nos seus pensamentos, enchendo a sala vazia. Um rei que não está presente, um rei insinuante, de imagem que se esconde em armadura, elmo, máscara de ferro, onde só há dois buracos retangulares sem olhos por trás e cruz no peito, envolvida de serpente.

Um império representado pelas imagens nos vitrais da sala do trono, gigantesco e vazio, agora agonizantes pelo terremoto que se aproxima. Salvas o que podes. O terremoto é inevitável, o reino é intangível, o palácio é desmoronável, e seu futuro imprevisível, mas certo, pois o tempo é só uma medida de comprimento.
Cumpra-a.

Wednesday, August 01, 2007

Re-ciclo

Prossegue no caminho, vendo o novo que é o velho, talvez com o novo olhar; de novo.
Dando voltas?
Prosseguindo o ciclo no círculo?
Reciclando?
Passado que virou presente, que revisita o passado abandonado, para ser o presente, que não no passado, no presente.
Re-ciclo.

Thursday, January 04, 2007

Ir para voltar

Vá. Siga seu mundo. Entre na carne para poder sair dela depois. Deixe os insetos entrarem só para ter de expulsá-los.

A razão disto?
Se não houver razão não serve?

Lucros? Isso é matéria.
Prazeres? Isso é carnal.
Deixar uma marco na história? Sua alma o fará se esquecer disso; e também se lembrar mesmo não sabendo.

Apegue-se, mas só para aprender a se desapegar.
Não existe a volta dos que ainda não foram.

Monday, February 06, 2006

Isolamento translúcido

Abertas as cortinas mas ainda permanece com a janela fechada. A luz entra, brilha e cega, mas o ar ainda não troca.
Enxergar sem respirar não resolve. Vai se engasgar em breve. Pode esperar e contar o tempo até asfixiar-se ou abrir a janela.

Ao abrí-la também entrarão as moscas.

Mundo difícil esse não?...

...mas foi você quem escolheu viver.

Wednesday, November 09, 2005

IN-Diferença

Mais um flerte com a perfeição.
Aparece e some.
Como tudo aquilo que é vivo se destaca pela impermanência, restando à permanência sua associação à morte, ao fim, às lembranças...

...e então as lembranças são a prova permanente da vida, que por sua vez, já não se mostra mais presente. Não tem o dom da permanência. Flerta-o, somente.
Ama-o, busca-o, lamentando por sua falta; enquanto o evita ao máximo.

Dois lados no mesmo lado.
Não há moeda.
Não há preço.

Thursday, September 29, 2005

Fragmentos da face

A morte, a vida, o trabalho, o dinheiro, a paixão e tantas outras coisas são faces presentes em todos. Essa não é a minha única face, mas está presente em todas as minhas faces existentes, até na atual máscara de carne.

Diferenciando-se de muitos, vejo que muito há nela, que não em outras faces, por isso não há motivo para não conviver com ela, assim como convivo diariamente com o atual corpo que me foi dado.

Se me escondesse, esse diálogo não seria possível. Pouco importa a máscara. Seu interesse em removê-la e a possibilidade que isso um dia aconteça não altera o conteudo de nossas conversas (pensamentos virtualmente codificados).

Não queres removê-la. Preferes criá-la ou julgar a criação da mesma, mesmo que se sinta incomodado por isso.

Que belo conflito, o pensamento, já existente e manifestado, sendo questionado por não adotar um objeto palpável como seu autor (como se a autoria carnal fosse mais importante do que apenas um pensamento guardado na história de cada alma).

Não é o corpo que escolhe a alma... e a alma faz o corpo se esquecer do processo de sua escolha.

Não se preocupe. Resolverá tudo o que se propôs a resolver nessa vinda, assim nas anteriores e nas próximas.

Ainda não percebe o quanto se pode encontrar a cada vez que se está escondido?

Não sou minha fantasia, sou parte da minha realidade, talvez esquizofrênica, que convive com as outras partes.

Talvez, um dia me reconheças nas outras partes mais mundanas com as quais convive.

Que importa? Esse pensamento pode ir mais longe que qualquer aperto de mão. Não se desgasta como a carne. Essa é a razão deste blog, desta face neste mito.

Monday, March 28, 2005

Seguindo

Prossegue a viagem no tempo, segundo a visão linear.
Inclui futuro, passado e presente.
Só não há promessa. Talvez uma sugestão sob a forma de um lapso de crescimento da consciencia.

Qual o tamanho disso?

Thursday, March 17, 2005

Música

Uma manifestação dos pensamentos que utiliza a inércia dos átomos que se identificam, se espelham e espalham ao se congregarem envolvendo-se no ar, nos líquidos, nos sólidos, nos corpos que a ressoam, que a fazem, que a ouvem, que a ecoam, que a pensam.

Enigma

As pessoas vivem como se fossem durar para sempre em seus meios e não valorizam sua essência responsável pelos meios que cria à sua volta.

Outros mundos

Corpo, um veículo para o fantasma. Tangível pelos fantasmas que viajam cedo ou tarde em meu barco.

Teria seu corpo mortal o prazer de poder dividir momentos com um pensamento sem corpo?
Se tens, priva-se dessa oportunidade?

A morte não seria apenas uma comprovação de que há vida?
O mortal pede pela prova que não quer ver, na esperança de dizer que não consegue ver.
Quão grande é sua frustração ao descobrir ser seu pior inimigo.

Amorfo 2

O barco tange a água.
Marés, ondas, correntezas, cachoeiras. Tudo água. Muda de aparência. Algumas navegáveis...
...como o pensamento.

Presença

Fantasmas; pensamentos sem corpos...

Abandonaram suas ferramenteas de existência (corpo, máscara, submáscaras), mas permanecem as necessidades de prazer e diversão.

Thursday, March 03, 2005

Escuridão viva

Sair da caverna, mesmo que seja por pouco tempo, e pelas redondezas é se expor. A escuridão da caverna é morta, apática.
Fora dela há luz e escuridão também, mas ambas com vida.