Friday, August 03, 2007

Ruinas

Rui o império que conheces, que servias ou ainda serves por respeito, cautela, prudência, tradição, falta de perspectiva e ignorância.

O rei ainda ordena, mas já em desespero. Ouves atrevendo-te a agredir o símbolo do rosto real. Um rei que só tem imagem em gravura e cuja fala se assemelha à um latim difuso que ressoa nos seus pensamentos, enchendo a sala vazia. Um rei que não está presente, um rei insinuante, de imagem que se esconde em armadura, elmo, máscara de ferro, onde só há dois buracos retangulares sem olhos por trás e cruz no peito, envolvida de serpente.

Um império representado pelas imagens nos vitrais da sala do trono, gigantesco e vazio, agora agonizantes pelo terremoto que se aproxima. Salvas o que podes. O terremoto é inevitável, o reino é intangível, o palácio é desmoronável, e seu futuro imprevisível, mas certo, pois o tempo é só uma medida de comprimento.
Cumpra-a.

Wednesday, August 01, 2007

Re-ciclo

Prossegue no caminho, vendo o novo que é o velho, talvez com o novo olhar; de novo.
Dando voltas?
Prosseguindo o ciclo no círculo?
Reciclando?
Passado que virou presente, que revisita o passado abandonado, para ser o presente, que não no passado, no presente.
Re-ciclo.